O cecê é algo do demônio. E o bafo também.

Jurei que era uma alucinação. Das piores possíveis.

O tiozinho, que eu encontro quase todo dia depois do trabalho, entrou no ônibus no sábado, no meu dia de folga, no centro da cidade. ( COMO ELE ME ENCONTROU, EU NÃO SEI.)
Todos os lugares cheios. Pensei : Claro que o tiozinho vai sentar na frente. NOT!
Eu, muito bem acomodada, do lado da uma garotinha de 10 anos, vendo meu brand new sereia, e imaginando como ele ficaria nas minhas unhas, quando, num lapso de distração, olhei para frente. Os olhos do tiozinho se cruzaram com os meus, e ele, por ter a impressão de já ter me visto, ficou em pé, ao meu lado.

Um rapaz, sentado do lado oposto, abriu a janela do ônibus. O vento do cão soprou em minha direção. Não era possível. Sabe aquele cecê guardado, cecê de camisa usada? Então, era ele potencializado 1000 vezes. Não bastando, uma respirada forte e o outro vento do cão veio em minha direção. O bafo. ARRRGH! Eu pedi pra Deus levar, porque o corpo já estava podre. PODRE!

Olhei para a menininha do meu lado, ela arregalou os olhos que me disseram silenciosamente "QUE FEDOR!". Pelo menos, ela foi BEM mais sortuda que eu. Passaram 2 pontos de respiração abafada e a garotinha da o sinal para descer. Meu olhar desesperado não foi o bastante para que ela entendesse : " NÃO DESCE SENÃO O TIO FEDORENTO VAI SENTAR DO MEU LAAAADOOO!". Ela desceu.

Fiquei atordoada. Mesmo depois de ter trabalhado a semana inteira em pé e andado como um cão sem dono, resolvi ficar em pé.

Minhas pernas latejavam, mas meu nariz respirava feliz.