Certa vez, uma galinha e um pato se apaixonaram. Eles se viam sempre, na beira do lago. Eles se gostavam muito.
Com o passar do tempo, a galinha começou a entrar no lago para visitar seu amado: passava alguns instantes no lago, e depois voltava para sua casa.
Algum tempo depois, a galinha resolveu ir morar no lago com o pato. Para ela era um sacrifício: ela tinha que fazer muito esforço para conseguir nadar, não era acostumada com a comida que o pato comia, e sentia muito frio na água, mas, mesmo assim, a galinha permaneceu morando com o pato por um tempo.
Às vezes, ela ficava cabisbaixa, com saudade de sua terra, de sua família... O pato perguntava o que era, a galinha falava de suas saudades, e o pato falava que ela não o amava mais, não gostava dele e que ela estava distante. Ela explicava, mas continuava com ele, em nome do amor que tinha por ele.
Mas, como era de se imaginar, a galinha se cansou daquela vida. Disse ao pato que voltaria para a terra, para ciscar, comer seu milho, ter suas penas secas, caçar minhocas na terra, mas que sempre voltaria para vê-lo, que o amava muito, mas que aquele ambiente era natural dele, mas não dela; que ela sentia falta da vida que levava antes.
O pato, inconformado, achando que aquele seria o fim do relacionamento, abraçou a galinha com toda força, implorando para que ela ficasse, dizendo que a amava. A galinha, que já não tinha mais forças para nadar, se deixou afundar.
Morreu, a pobre, afogada.